quinta-feira, 21 de agosto de 2014

3 ANO

GUERRA FRIA E CORRIDA ARMAMENTISTA

“Pode a humanidade escapar da destruição total?”

A corrida armamentista e tecnológica da Guerra Fria motivou em seus contemporâneos o medo – bastante justificável – de uma guerra de dimensões nunca antes vista pela humanidade. O poder de destruição das novas armas atômicas, desenvolvidas pelos Estados Unidos e pela União Soviética, instigava a imaginação e contribuía para o clima de insegurança generalizada. Há indícios desse temor coletivo, como filmes e até desenhos animados que ensinavam a se proteger de ataques atômicos, filmes catastróficos que retratavam o fim do mundo, músicas (Bob Dylan – A hard rain’s a- gonna fall (1962); Credence ClearwaterRevival – Fortunate son (1969); Neil Young – Ohio (1970)) e propagandas de rádio e televisão que preparavam a população para um possível ataque (Duck and cover, Devastating Effects Of ANuclear Attack On Kansas City). Em meio a tudo isso, o filosofo inglês BertrandRussell perguntava no próprio título de um livro, editado em 1961: Has man a future? [Tem futuro o homem?].
Havia, por parte dos Estados Unidos e da União Soviética, um grande arsenal atômico de reserva para evitar hostilidades. Tratava-se de uma corrida tecnológica e bélica para a proteção de aliados e territórios.
Temia-se, na época, que, depois da utilização da primeira bomba, ataques em cadeia destruíssem a vida na Terra. O massacre seria generalizado e, sob a ótica da personagem de Kubrick (do filme Dr.Fantástico...), seria necessário selecionar, como defendiam os nazistas, os “melhores da espécie” para proteger dos efeitos da radiação. Ou seja, como não havia proteção para todos, alguns critérios deveriam ser levados em conta para selecionar os que sobreviveram, o que equivale a uma possibilidade para o renascimento da eugenia e dos ideais nazistas.
As grandes potências divergiam, basicamente, quanto aos diferentes modelos socioeconômicos que seguiam e defendia (socialismo e capitalismo). Após a Segunda GuerraMundial, as áreas reconstruídas pelos Estados Unidos e pela União Soviética foram divididas, adotando-se os modelos de seus centros. A Guerra Fria teve alguns momentos bastante agitados e “quentes”, tais como a Guerra do Vietnã e a Guerra da Coreia.

REVOULÇÃO CUBANA E PRODUÇÃO CULTURAL

            ARevolução Cubana de 1959 foi muito importante para o fortalecimento de figuras históricas, como Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, no imaginário da população que viveu na segunda metade do século XX. Uma grande variedade de estudiosos se debruçou sobre suas vidas e efeitos políticos, assim como, ainda hoje, grande número de pessoas traz estampado nos bonés, nas camisetas, nos cadernos e até mesmo no corpo o semblante de Che, na famosa fotografia de Alberto Korda.  De fato, a Revolução Cubana e seus líderes fazem parte do imaginário popular do século XX e deste início do século XXI, motivando elogios e críticas, mas sempre mobilizando sentimentos apaixonados.

TORTURA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA LATINA

Nosso país é criticado pelas organizações mundiais que lutam pelos direitos humanos, em razão de falta de investigações sobre os desaparecidos e as torturas que marcaram os anos de ditadura militar no Brasil (1964-1985). Outros países latino-americanos, que viveram situações semelhantes, já investigaram seu passado, localizaram corpos de desaparecidos e abriram seus arquivos secretos para o público.
Aprendidos com a CIA, a Operação Condor demonstrou a preocupação do governo dos Estados Unidos com os rumos da política sul-americana. O Brasil não era a única nação da América Latina a passar por um período de ditadura militar, estabelecida sob influência dos Estados Unidos, como na derrubada do presidente Salvador Allende, no Chile (1973), sucedida por uma das mais violentas e duradouras ditaduraslatino-americanas, mantida sob o comando do General Pinochet.
Os governos militares latino-americanos, de maneira geral, mascaravam a ditadura para evitar críticas de órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos. Como, legalmente, não poderá haver tortura no Brasil, ela era praticada nas dependências de prisões e quartéis.
Os torturados eram pessoas consideradas subversivas, ou simplesmente pessoas que a máquina de repressão considerava fontes de informações importantes. Outros eram perseguidos pela polícia por envolvimento em grupos de contestação mais direta ao regime, havendo entre eles aqueles que promoviam assaltos a bancos, atentados contra apoiadores do regime militar e sequestros de autoridades diplomáticas internacionais.
Os governos ditatoriais sul-americanos, em sua grande maioria, eram regimes de direita que abominavam a ideologia socialista. No contexto da Guerra Fria, sustentar ditaduras militares era uma forma eficaz para os norte-americanos conterem o avanço do socialismo.
Há diversas implicações, tais como a descoberta de mais nomes ligados à tortura e que ainda hoje estão vivos.  No Brasil, durante as negociações de abertura do regime, a anistia foi geral. Militares libertaram presos políticos e conseguiram garantir a manutenção do sigilo sobre documentos incriminatórios.

AVALIAÇÃO